Sou tempestade e ela é copo d’água

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Sinto, amo, vivo, grito, choro e voo tanto quanto a mocinha dramatiza nos capítulos que precedem o final da novela. Sou intenso e as vezes até eu penso ser demais. Sinto dificuldade quando não me acompanham, quando não me sentem, quando não sentam ao meu lado na poltrona do ônibus que leva a galera guiada pela emoção.

Eu sou tempestade.

Ela é quieta. Sofreu, sorriu, viveu, sentiu e voou tanto quanto o mocinho correu atrás da sua prometida nos capítulos inicias da mesma novela. É tranquila. Não é de ficar exibindo o que sente. Pelo contrário, sua face só mostra uma única expressão e, por isso, as vezes a comparam com indiferença. Coitados. O fato de não esbravejar o que se sente não significa que não sente. Só significa que prefere sentir sozinha, sem pitaco, sem interferência, do seu jeito e à sua maneira. É apenas seu o modo de sentir.

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Ela é copo d’água.

A minha inquietude chamou sua atenção e fez redemoinhar seu coração. A calmaria dela fez reduzir meu trovejar e acalmou a chuva forte que caia sob minhas emoções. Eu demorei para entender a profundidade de águas tão quietas e confesso que até hoje não entendo.

Ela demorou para compreender minha necessidade de fazer tudo tremer e tenho certeza que ainda não entende por completo. Construímos algo até aqui e em meio a muita tempestade em copo d’água fizemos a tempestade parar no copo e o copo criar a tempestade.

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Tem funcionado. Tem dado errado.

Como todo relacionamento, é feito de construção, tentativa, erro e aprendizado. Cada qual sente de um jeito e tira do sentir o proveito que julgar válido. Todos sentimos, todos queremos, todos tentamos e todos erramos, mas cada um tem seu meio – único – de mostrar o que se deseja mostrar.

Alan Barboza

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