Sem essa de sermos bons amigos

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Já ouviu aquele trecho de uma música sertaneja antiga que diz: “como é que eu posso ser amigo de alguém que eu tanto amei”? Claramente não. Porque se você estivesse escutado, jamais estaria me fazendo essa proposta ousada de sermos bons amigos agora que terminamos nosso namoro. Acho que se você tivesse dito para termos um relacionamento casual, não soaria tão atrevido aos meus ouvidos.

Não estou aqui dizendo para sermos inimigos, desafetos e agora sairmos nos bloqueando nas redes sociais. Nada disso. Pelo contrário, quero te pedir para sermos pessoas maduras o suficiente para nos cumprimentarmos na fila do pão ou na mesa de um bar. Mas bons amigos não. O que eu quero dizer é que não tem como eu ser amiga de alguém que eu já vi comendo cachorro-quente e se lambuzando de purê. Não dá para ser amiga de alguém que eu planejei toda uma vida ao lado e os meus planos caíram por terra. Não dá para manter uma amizade com quem eu não vou poder beijar. Como manter amizade com você que foi dos amores que eu tive o mais complicado e o mais simples para mim? 

Terminamos bem. Foi de comum acordo. Nós não estávamos mais felizes. Nosso amor acabou e ponto final. Chorei dois dias, sem parar, mas compreendi uma coisa: fins são necessários para recomeços. Opa! Preste bem atenção nessa última frase. Se fins são necessários para recomeços, como manter uma amizade com quem tive um relacionamento que acabou? O fim é ponto final e uma amizade seria vírgula.

Nossa história ainda continuaria se arrastando. E uma proximidade entre nós, só atrasaria o que ainda virá. Já que não demos certo, você acha que vou estacionar? Não. Não quero nossa amizade sendo para mim como trânsito da Marginal Tietê na hora do rush. Eu quero me reconhecer de novo, me reaprender, escrever um novo capítulo para mim.

Não é ético e não é certo com quem entrar nas nossas vidas. Você acha correto sairmos para jantar nós quatro? E ficar aquele clima quando ela perguntar se você quer uma taça de sundae como sobremesa também e eu me segurar para não dizer que você tem alergia à chocolate? Ou se o meu par me oferecer uma taça de champanhe, como você vai se comportar sabendo que eu odeio? E como você acha que vai ser para os dois sentar na mesa sendo os atuais de um ex casal? Porque eu odeio mentira, não vou dizer que somos amigos de longa data.

Não finja que seria normal para você, porque não seria. Ainda doeria no fundo da nossa alma ver que cada um seguiu sua vida, mesmo sabendo que mais cedo ou mais tarde isso aconteceria. Ok, não precisaria ser um jantar. Mas amigos desabafam um com o outro. Como vou te dar colo quando você sofrer por aquela menina que você conheceu na praia? E você me aconselhar como conquistar o rapaz que trabalha comigo? Dizer que vai ser “de boa” é fácil.

Sejamos honestos. Terminamos nos amando. Mesmo que não seja mais aquele amor avassalador, mas ainda resta um resquício de carinho. E da minha parte, existe respeito pelo que senti, pelo que você sentiu, pela nossa história, por você e principalmente, por mim. Ter discernimento suficiente para saber a hora de dizer adeus e seguir em frente. Se proteger de qualquer coisa que nos faça mal e mal ao outro.

Que incomode nosso bem estar. Digerir um término não é coisa fácil, ainda mais para mim que tenho gastrite. Mantermos uma amizade vai ser cutucar uma ferida aberta e juro que não estou disposta a pagar com meu amor-próprio para te satisfazer.

Se você acha que está sendo imaturidade da minha parte, tudo bem. Assim como você não é obrigado a me entender, eu não sou obrigada a ser sua amiga. Mas o que você chama de imaturidade, eu chamo de sensatez. Vamos fazer um trato? Amigos, somente no Facebook.

Giovanna Sabrine

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