Saiba porque não devemos responsabilizar nossas crianças com responsabilidades desencessárias

Ultimamente, é cada vez mais comum encontrar crianças em idade escolar que, além das aulas tradicionais, têm aulas particulares, frequentam escolas de música ou de arte, fazem esporte e estudam idiomas estrangeiros. Ao mesmo tempo, essas crianças sentem uma pressão enorme. Para um organismo que ainda está em formação, isso acaba trazendo consequências.

Com autorização da autora, a psicóloga infantil Katerina Deminan, o Me Apaixonei publica um artigo sobre as quatro coisas importantes que os pais devem entender para livrar os filhos das responsabilidades inúteis, que atrapalham mais do que ajudam.

As doenças podem ser reações do organismo às preocupações emocionais.

Hoje em dia, muitos pais pedem que os professores elaborem programas de estudos mais complicados, implementando rotinas rígidas para as crianças. A maioria dos pais escolhe “escolas fortes“ e ”bons professores“, apesar de que professores “reconhecidos” podem ser verdadeiros ditadores que não ligam a mínima para a saúde psicológica e física dos alunos. O resultado disso não demora a aparecer. As crianças adoecem. A partir do ponto de vista psicossomático, qualquer doença pode ser uma reação natural do organismo às preocupações.

  • Anginas, por exemplo, revelam uma raiva não expressada. Se uma pessoa vivencia sensações fortes e não consegue expressá-las, a garganta começa a doer.
  • Se uma criança se assusta quando alguém eleva a voz, a reação pode surgir como dor de estômago, gastrite ou náuseas antes das aulas.
  • As crianças menos emocionais também costumam reagir ao estresse, mas de outra forma: com resfriados e nariz escorrendo.

Ou seja, se o seu filho adoece com frequência, talvez seja a hora de analisar de quem é a culpa.

Não são o conhecimento nem a habilidade das crianças que importam, e sim sua facilidade para se adaptar em um novo ambiente.

Uma criança que está no Ensino Infantil precisa, antes de tudo, sentir-se SEGURA. Esta é a única condição que estimulará o desenvolvimento dos seus talentos. Se o seu filho é um “pequeno gênio” que sabe ler desde os três anos de idade, mas cresce numa casa cheia de adultos, você não o matricula na escolinha aos cinco anos esperando que ele termine o ciclo mais cedo. Não se trata apenas de adquirir conhecimentos e habilidades, mas também da capacidade da criança em se adaptar ao ambiente, a outras crianças e às responsabilidades.

Até os sete anos, a criança não tem estruturas cerebrais que atuam na análise de textos e no reconhecimento de símbolos, ainda que ela saiba ler três anos antes disso, aos quatro anos de idade. Nesta fase, as crianças querem e precisam brincar. E para irem bem na escola, precisam ter a motivação correta.

As ambições dos pais não devem atingir as crianças.

Pode parecer um tanto assustador, mas as ambições mais fortes dos pais se manifestam nas crianças. Mas é mais frequente ver meninas muito novas que, além da escola, estudam idiomas, música, dança ou arte, em comparação com meninos. Geralmente, os meninos jogam futebol, ainda que, infelizmente, esta atividade não seja a preferida para muitos deles. Porém, fazendo isso, muitas vezes estão apenas realizando os sonhos fracassados de seus pais, de serem atores ou craques em algum esporte, por exemplo.

Sempre observe quais são as reais habilidades e interesses do seu filho. Se, durante o jardim de infância, ele gostava de construir ou moldar coisas, é provável que depois se interesse por matemática, mas pode ser que os idiomas estrangeiros não sejam o seu forte. De forma geral, crianças interessadas em música são boas em idiomas e literatura. Aquelas que preferem desenhar talvez tenham problemas futuros com matemática.

Tente levar isso em consideração ao escolher a escola mais adequada para seu filho. Se você matricular o pequeno numa escola especializada, mas ele adoece com frequência, isso pode indicar que ele ainda não se adaptou, está tenso e tímido. Talvez o melhor seja transferi-lo para uma escola normal. E não se preocupe: estando mais forte, seu filho será capaz de aprender mais coisas.

Os professores podem estabelecer tarefas e objetivos, mas é você que deve determinar sobre o que seu filho realmente precisa.

O princípio mais importante: a escola deve ser boa para você, não você para a escola.

Há quem defenda o enfoque tradicional, mas acredito que os deveres escolares são inaceitáveis durante o primeiro ano do Ensino Infantil. Não deveriam existir notas de 0 a 10 marcadas no caderno do seu filho. Durante os primeiros anos, as tarefas não deveriam tomar mais que 40 minutos do dia, assim como as escolas não deveriam mandar deveres de casa para serem feitos durante o fim de semana (exceto aqueles de idioma estrangeiro).

Como já havia mencionado, a principal tarefa da criança no Ensino Infantil não deveria ser o domínio de certa quantidade de conhecimentos, e sim o desenvolvimento de habilidades sociais importantes, a descoberta coisas novas sobre si mesmo e o mundo ao seu redor e o convívio com outras pessoas. E para isso, você há de concordar comigo, é melhor estar num ambiente amistoso do que ganhar uma gastrite com poucos anos de idade, ao estudar numa escola de prestígio.

Uma criança saudável irá aprender tudo o que precisa, só que um pouco mais tarde. Aliás, no tempo certo”.

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