Que seja eterno…

Com minhas breves palavras, resumirei nosso encontro. Que foi como um terremoto, que balançou minha paz, estremeceu minhas convicções, abalou minhas crenças.

Eu, patinha feia, resplandeci quando dissestes, às minhas costas: ‘que mulher bonita! Quem é? Me apresente!’

Uma mulher desabrochou em mim, no mesmo instante; fiquei falante, segura, otimista.

Teu carinho aplainou o meu caminho, refrescou meus dias, suavizou minhas lutas.

Eu acordava cantando e adormecia sorrindo.

Sentia-me forte para afrontar qualquer dificuldade, esperta para entender qualquer debate, paciente para suportar qualquer contratempo.

Tu estavas  tímido, como os homens costumam ser perante a mulher amada. Com passos elegantes, bem medidos, olhaste-me direto nos olhos, enquanto o primo nos apresentava, cúmplice.

O gesto de amor que te delatou foi a maneira canhestra como seguraste o copo de bebida, que escorregou de tuas mãos e se espatifou com estrondo, no momento em que tentastes te aproximar um pouco mais.

Toda a família olhou para nós, rindo, de seu rosto em fogo, de meu olhar encantado.

Eu me senti como as princesas dos contos de fadas, flutuando entre nuvens rosas.

Nunca me esquecerei dos filmes que assistimos juntos, das músicas que compartilhamos, nem, coisas de mulher, das roupas que desfilei para você. A blusa branca de babados, o vestido verde, a saia longa preta, o conjunto verde-água, o outro conjunto salmão.

O tempo parado. O coração, em contrapartida, batia mais que coração de colibri, e eu mal conseguia respirar, com a emoção que despertavas em mim.

Eu te admirei na mocidade, te admiro ainda agora: ao longo dos anos, só te aprimoraste, como um velho bom vinho.

Tua alma linda brilha cada vez mais a meus olhos, e rio de tola vaidade que te faz relutar em renovar as fotos do Facebook, eu que nem enxergo mais a tua casca de pele.

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És gentil, alegre, educado, dedicado ao trabalho, talentoso em teu lazer – de pintor de fim de semana,  de tenor de chuveiro,  a papai escritor nas férias, despertando nas crianças a paixão pela arte que ambos cultivamos – e, sobretudo, és simples.

Contigo não há mentirinhas, salva aquelas bobas que nascem da necessidade de esconder o presente de Natal. Nada de truques, meias verdades, palavras ambíguas. És verdadeiro e previsível, o que te acrescenta uma qualidade a mais: as possíveis rivais te acham sem sal e tedioso.

Eu, simples como tu, mulher sem vaidades, com outras prioridades, me comovo ao sentir como a cada dia vamos construindo nossa história singela, olhos nos olhos, mãos nas mãos, realizando hoje com a mesma ternura nossa frase brincalhona da adolescência: ‘te amo tanto, mas tanto, que quero envelhecer com você’.

E hoje, cá estamos nós, os dois velhinhos… dizias que eu era a lua das noites insones de tua mocidade, eu digo que és o sol das minhas tardes de inverno.

Com estas breves palavras minhas, reafirmo o meu amor por você.

Sonia Regina Rocha Rodrigues

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