Parentes são família?

Há tanto tempo me pego pensando em quem são os donos do meu coração, quem tem direito de levar uma parte minha e mesmo assim não deixar um vazio, e estranhamente esta proeza não tem atribuído-se a meus parentes.

Quem é sua família?

Uma série de questões se inicia quando nos sentimos melhores fora de casa do que dentro. Nosso lar deve ser o lugar mais desejado para se estar, ficar, viver, e por que muitos não conseguem permanecer em paz de espírito ao voltar para a casa?

Os que estão dentro de casa começam a arrumar um problema aqui, um motivo ali, para apontar-nos o dedo e disparar uma metralhadora de coisas que não nos impulsionam a mudar, isso se realmente precisemos mudar. Onde está aquela parte onde chegamos, abraçamos nossos parentes, contamos do dia e jantamos juntos?

É aí que decidimos ir ver nosso amigo(a), namorado(a). Chegamos em casa, tiramos o tênis, pulamos no abraço do outro e nos jogamos no sofá. Jogamos vídeo-game, brincamos, ou simplesmente somos ouvidos seguido daquele abraço que nos faz soluçar de tanto chorar. Espera, este lugar qual você se refugiou, se torna mais aconchegante do que sua própria casa, algo está errado.

O que é uma família?

Família no senso comum são as pessoas que vivem sob o mesmo teto, mas há tantas outras coisas que completam o significado de família. Colocando em nosso cotidiano, família seria a primeira pessoa que pensamos quando o problema surge, a primeira pessoa que ligamos e procuramos, são aqueles que saímos, rimos, desabafamos, revelamos o nosso segredo e o que somos.

Um familiar vai brigar com você sim, mas jamais vai te colocar para baixo. Criticará seus feitos de forma construtiva, não destrutiva. Te fará enxergar dentro de si o melhor homem/mulher existente, não o contrário.

Minha família está dentro de casa?

Somos condicionados desde crianças que os de casa vem em primeiro lugar. Crescemos e agimos conforme o que foi aprendido em casa e amadurecemos, hora de tomar nossas escolhas e escolhermos o melhor para nós, mas o que acontece quando o único que apoia nossa escolha somos nós mesmos?

Cobrança, inúmeras chateações e desconforto é o que abre a porta quando você chega em casa. Escolher um rumo diferente, que melhor abrigue nossas expectativas, é o fim da vida de quem vive conosco. Invés de sermos compreendidos, somos crucificados por deixar passar aquela oportunidade, aquela bolsa, aquele emprego, como se fosse um requisito acertar em nossas escolhas para termos pessoas compreensivas em casa.

Aprendemos que os de casa vem em primeiro lugar, e por que não somos colocados em tal posto por eles? Por que não somos mais tão esperados a chegar em casa? Sensibilidade e empatia poderiam ser considerados essenciais para quem se importa com o outro, e você tem isso dentro de casa?

Descobri que minha família não é quem mora comigo, e agora? É o fim?

Jamais. É o fim, de um antigo ciclo que estenderá o tapete vermelho para a maior pessoa de todas, você. Nossos parentes não enxergam muita das vezes a necessidade de fazerem mais do que simplesmente criar, e esse laço precisa ter um fim, pois a única utilidade tem sido contaminar nossos sonhos e o que somos.

No decorrer de nossas vidas, descobrimos pessoas que se apaixonam pelo que somos e queremos, são os nossos familiares que as vezes tem denominações diferentes, talvez amigos, talvez namorados, ou talvez pais ou irmãos de sangue. A família é indeterminada, pode ser aquele que você menos espera, aquela pessoa da sua classe tímida que senta desde o começo do ano na mesma carteira, poderá vir tomar o posto de teu pai/mãe/irmão.

Devemos nos cercar de quem gosta da gente, de quem vê a fragilidade de nosso ser, e empunha a espada para matar o SEU leão de cada dia, esse que muita das vezes, é o bichinho de estimação de seus parentes, são até alimentados com seus problemas se bobear. Que venham os verdadeiros amigos e nossa família de verdade!

Dener Rodrigues

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