O real valor de uma dr

Há quem não goste de DR, as famosas “discussões de relacionamento”. Quer dizer, talvez seja mais fácil dizer que quase ninguém suporta passar por elas. E quem vai ter tesão em sentar cara a cara com quem se ama e começar a jogar toda a merda no ventilador? Pois é. É nessas horas que aparecem os erros, evidenciam-se os deslizes e temos que pôr o dedo na ferida.

Dói demais ter que apontar ou admitir tudo isso.

Pela perspectiva do tempo, vejo a DR como um desperdício de Vida em certas ocasiões. Não que ela não seja válida. Sempre é pertinente e importante quando consegue resolver problemas, tapar os buracos, desfazer os nós e desentalar da garganta tudo que estava para ser dito. O peito fica leve e a alma consegue se ocupar apenas com o principal: amar.

Só que já cansei de ver casais que gastam, dia-sim-dia-não, seus preciosos momentos de encontro com aqueles longos discursos sobre como tudo está uma merda e como é imprescindível que se mude antes que o término seja inevitável. E, nisso, não conseguem enxergar que há uma falência clara no que estão vivendo. Das duas, uma: ou se tenta recomeçar e rabisca-se o Amor por cima, ou é cada um pro seu lado e não se chateia mais com algo que deveria ser alegria na maior parte do tempo.

Dizer adeus é complicado, sabemos. Como se coloca ponto final em algo tão grande no peito? A resposta é simples quando se trata de colocar o amor-próprio na frente. A dor e a cicatriz podem ser inevitáveis, mas o desenrolar dos dias, meses e anos pode mostrar que era esse o melhor jeito. Existe o outro lado? Claro. Sentar e conversar, passar a limpo certas coisas é uma forma clara de dizer “eu ainda acredito em nós e sei que esse carinho é fundamental pra mim”.

E aí, com tudo no lugar, se segue.

Não abomino a DR, apenas sei que chegar nela é atestar que algo está errado ou incomoda. E é muito chato saber que estamos fazendo mal a alguém que só queremos bem, entende? Que seja, então, uma necessidade, não um esporte. Que acerte, não encha. Que melhore, não exponha ainda mais. Já diz um novo ditado popular que se for para só brigar, fica-se sozinho discutindo com a mãe. Namoro é pra ser feliz.

O resto é DR desnecessária.

Gustavo Lacombe – EOH

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