Sentir é cansativo, há uma dor em sentir algo pelo outro. Há uma exaustão psicológica em gostar de alguém, é como se o coração de alguma maneira roubasse todas as energias do corpo para si próprio. Para amar alguém tem que ser resistente, manter todo o sentimento em dia não é uma tarefa fácil, principalmente quando a geografia não ajuda e sua amada está a quilômetros de ti.
Para amar alguém a distância, a resistência tem que ser dobrada, a intensidade de sentimento também. Ser resistente a saudade, manter-se tão próximo de modo que a distância seja mero detalhe para a intensidade de sentimentos, não deixar que a rotina os assole e fazer com que toda notificação tenha a mesma emoção da primeira.
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Amar a distância é uma virtude para poucos, a saudade bate e o sofrimento vem, mas também há a plena certeza de que o próximo encontro será marcante, e que cada segundo ao lado da pessoa amada será aproveitado como nunca, que cada sorriso dado será fotografado na memória, e que cada abraço será um convite para uma nova morada, um novo lar.
Só quem tem amor distante sabe a delícia de acordar e já ter uma mensagem dizendo “Bom dia meu amor!” em qualquer aplicativo de mensagens, valoriza cada ligação e absorve isso como uma das inúmeras maneiras de dizer “Eu te amo!”, arrepia-se ao ouvir a voz do outro, e a pupila dilata a cada foto trocada.
Muitos consideram o amor como flor, eu considero como cacto, no fim das contas a definição pouco importa, o que realmente vale é a maneira como o jardineiro o cultiva.
