Minhas ternas palavras para meu singelo amor.

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20-04-1994…

Gostaria de começar escrevendo que já te esqueci, que estou curtindo minhas férias no Canadá e que não lembro mais do seu perfume. Mas a realidade é que não esqueci, tentei lhe escrever antes, mas nenhuma carta parecia boa o suficiente para retratar a minha saudade, então amassei algumas e joguei fora. Por que estou lhe confidenciando isso? Talvez para disfarçar um pouco da minha ansiedade, se é que as lágrimas secas nesse fino papel borrando um pouco a tinta da caneta já não me entregaram.

Pois bem, há tanto tempo não lhe vejo, mas na memória ainda trago os melhores sorrisos, aqueles despretensiosos sorrisos que viviam a me tirar sorrisos. No coração carrego o peso da despedida envolto no calor do último abraço, abraço apertado com cheiro de morango maduro, e que deixa a gente com a sensação de sempre estar chegando em casa.

Minhas mãos continuam trêmulas, então me desculpe pela letra corrida. Aqui na caixinha da memória protegida contra o tempo desenfreado me recordo do som de sua voz:

– Calma Carolina, eu estou aqui por você!

Doce voz que sempre trouxe a serenidade acompanhada de uma piada ruim, mas que me cercava de um frenesi absurdamente bom, recarga de energia com uma dose de liberdade, sempre foi essa sintonia que a nossa história transmitia. Estou aqui pensando, como estará os seus olhos ao ler essa carta? Com o mesmo castanho enlouquecedor que sempre despertou a minha paixão? Ou com aquele brilho único capaz de despertar em mim todos os prazeres e loucuras? E no final de tudo me fitavam e sem nenhuma palavra soletravam um:

– E-U T-E- A-M-O.

Comigo procuro imaginar que você está bem, mesmo que não mais na segurança de meus braços, que está feliz mesmo que não mais ao meu lado, tudo que sempre te desejei foi o maior amor do mundo, é o mínimo que posso te desejar por não ter tido a sorte de ser para sempre o seu par. Mas que conste nos altos do processo, e que a verdade seja dita, cantada, ou até escrita: “- Aonde quer que eu vá, você sempre será o gosto que irei descrever o amor”.

A paz do seu sorriso continua sendo a minha última imagem ao dormir, espero que tenha um bom dia, onde quer que você esteja, em uma sala de aula nos últimos segundos para sair e respirar aliviado, ou quando estiver deitado em sua cama ouvindo aquela música que ainda pode lembrar nós dois. De alguma forma senti a necessidade de lhe dizer: “Você será sempre importante para mim”.

Não importa em que rua a sua vida se encontra, se irá demorar meses, um novo ano ou talvez até um novo século, aqui, em minha história você sempre será o dono do capitulo principal. Você deve estar pensando nesse exato momento: “Tudo estava indo romanticamente bem até aqui, tinha mesmo que estragar tudo mais uma vez, Carolina? ”

Como eu ia dizendo, não estou tentando voltar para sua vida, apenas quero deixar claro o quanto você sempre irá significar na minha. Rolou a separação, uma pitada de drama, e algumas lágrimas insistiram em cair sobre a minha pipoca caramelizada, trazendo a seguinte mensagem: “Nem tudo que acaba precisa ter ponto final, um texto pode virar um livro, um livro um filme, do filme um grande seriado americano, e por que não?”

Assim como nem tudo é propicio ao fim, do nosso amor levarei comigo todos os momentos que você me fez bem. -Oh! E quantos momentos vivemos. E eu viveria muito mais, não como casal, mas como uma pessoa que conheceu outra, que por sua vez essa pessoa veio para mostrar o sabor doce de um novo final.

Esta é uma carta de carinho, recheada de saudades, não do que fomos um dia juntos, mas das lembranças que ainda carrego mesmo estando separados. Você será sempre aquele amor, o qual relembramos diversas vezes e dormimos sorrindo.

Acabou, e podemos ser um ex casal, mas para mim você foi meu melhor amor que veio para assinar minha história com seu direito autoral.

PS: Espero que esteja bem. Por aqui? Eternas saudades suas.

Regiane Vieira

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