Ex-amor e amigas para sempre

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Não existe mais “nós”. Nós daquele antigo verbo eu e ele.

Mas não precisa ter pena de mim, porque eu não estou sozinha. Sempre tive minhas amigas e quando eu disse que nós terminamos, ninguém nem imagina! Elas arrumaram uma viagem, no meio do nada e, no fim de semana seguinte, nós estávamos na estrada. O bagageiro cheio de comida, repelentes, luzes, carvão e tequila. Várias tequilas.

Durante a semana que antecedeu a viagem, eu não precisei excluir você das minhas redes sociais, eu não saí por aí bebendo e beijando pessoas aleatórias. Pela primeira vez, eu encarei um término de frente, de peito aberto e não fechado, cheio de muros e arames farpados.

Uma das meninas até me perguntou “como você consegue vê-lo fazendo tudo pra te atingir e não se importar?”. Na hora eu só sorri, mas eu sabia o motivo. Nós éramos melhores amigos, sabe? Não havia motivos para ódio e rancor. Vivemos juntos anos da nossa vida, realizamos sonhos, dividimos alegrias e tristezas. Na verdade, eu não conseguia entender por quê deveria haver ódios e bloqueios e desvios de calçada.

Não foi uma decisão fácil colocar um ponto final em tudo, mas foi necessário. E eu sabia que teria um chão para pisar quando nós tirássemos nossos tapetes do caminho. Sabia, acima de tudo, que haveria um caminho. E elas sempre serão o chão do meu caminho, disso eu sempre soube, nisso eu posso confiar.

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Acabou, mas nós estamos felizes.

Eu. Elas. Elas e eu, juntas.

Naquele fim de semana ficamos sem celular, mas nos abastecemos de risadas. Lembramos de histórias antigas, de namoros passados e, claro, dele.

Lá pelas tantas, depois de vários drinks com tequila, óbvio que tudo o que ele e eu vivemos, veio à tona. Claro que chorei.

Terminar um namoro é arrancar uma parte de nós. É aquele corte de cabelo que pedimos dois dedos e nos tiram um palmo, é como se nos imobilizassem um braço quebrado. É frustrante, incapacitante, doloroso. Mas sabe em que eu acredito? Que cabelos crescem e braços se operam e voltam à ativa com fisioterapia. E elas? Elas são as vitaminas do meu cabelo e a fisioterapia para meu coração quebrado e imobilizado.

Quando o fim de semana acaba e a gente volta para a realidade, elas ainda estão lá. Mandam mensagens fofas, engraçadas, marcam happy hour no meio da semana, contam fofocas, reclamam da vida, aparecem na minha casa sem avisar e me pegam de pijama, fazendo com que eu assista a uma série policial com um cara gato.

Elas são não só o meu, mas o seu chão, terra, caminho, o ar que respiramos.

Uma lição valiosa que a vida me ensinou, é que nunca devemos deixar nossas amigas de lado por um cara. NUNCA mesmo. E se ele exigir isso, ele não é o cara certo para você.

Amores vêm, amores vão, amores se transformam, tudo é imperfeito,

Mas elas são imutáveis no amor e na dor.

Grazielle Vieira

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