Eu escrevi pra você

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Eu escrevi pra você no dia que nos conhecemos. Não sei direito o porquê, mas a conversa fluiu tão bem mesmo com todo aquele barulho ao redor, com todas aquelas luzes piscando incessantemente e com a tonteira da cerveja, que eu não pude evitar.

Eu escrevi pra você quando no dia seguinte você me adicionou em uma rede social e puxou assunto meio sem jeito, perguntando se eu lembrava de você ou se a ressaca já tinha me feito esquecer.

Eu escrevi pra você naquela primeira vez que você tomou coragem e me chamou pra sair, pra tomar um sorvete e conversar, dar uma volta e aproveitar aquele dia lindo que o universo nos deu de presente.

Eu escrevi pra você naquela noite em que nos esbarramos sem querer em um barzinho onde você estava com seus amigos, e mesmo que meio sem jeito você me chamou pra sentar junto e beber um drink qualquer enquanto jogávamos conversa fora sem nem ver as horas passarem.

Eu escrevi pra você naquele dia em que você me ligou no meio da tarde me chamando pro cinema, empolgado com o filme daquele ator que você tanto gostava, que estava em cartaz e você nem imaginava.

Eu escrevi pra você na primeira vez em que enchemos a cara juntos e esquecemos de manter as aparências, deixando vir a tona tudo aquilo que sentíamos mas deixávamos escondido por medo do que o outro ia pensar.

Eu escrevi pra você no primeiro sinal de amor. E no segundo, no terceiro e em todos os outros que se sucederam.

Eu escrevi pra você quando o coração apertava de saudade nas madrugadas e eu não tinha coragem de enviar uma mensagem sequer. Eu escrevi pra você na noite em que você teve uma crise de ciúmes e não quis admitir que queria me ter só com você. Eu escrevi pra você quando percebi que não podia mais evitar e disfarçar tudo que eu sentia.

Eu escrevi pra você no dia em que nós finalmente assumimos um para o outro, em que assumimos para o mundo que nos amávamos e que éramos loucos – um pelo outro.

Eu escrevi pra você quando completamos um dia, uma semana, um mês, um ano. Eu escrevi em cada data especial que eu mesma criei. Escrevi no seu aniversário, no nosso, no ano novo, na páscoa e até no natal.

Eu escrevi pra você em todas as vezes que brigamos sem motivo. Escrevi em todas as vezes que nos xingamos sem querer.

Eu escrevi pra você em cada uma das noites que fiquei sozinha remoendo detalhes que pudessem nos ajudar a esquecer a discussão, a seguir em frente e deixar pra lá o que quer que fosse que machucasse o coração.

Eu escrevi pra você todo o meu amor, um caderno inteiro de páginas decoradas que jamais foram enviadas. Eu escrevi pra você em cada momento que a mente aqui não silenciou.

Eu escrevi pra você quando de madrugada você me ligou e disse que não dava mais, que tava cansado e que era melhor acabar.

Eu escrevi pra você quando no dia seguinte você bateu aqui, com uma caixa na mão pronto pra pegar todas as suas coisas que estavam espalhadas aqui e sumir.

Eu escrevi pra você nos dias bons e nos dias ruins. Escrevi no início – e até antes dele, no meio e no fim. Escrevi em cada andar que esse elevador do amor parou. Escrevi em cada looping que a montanha russa da nossa história girou.

Eu escrevi pra você incessantemente pra ver se diminuía o aperto no peito que eu sentia. Escrevi cartas, canções, versos e poesias. Escrevi tudo que dentro de mim existia.

E ainda escrevo, aqui estou, mais uma vez tentando por um ponto final, o que for.

Fonte: eoh.com.br

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