Em caso de término, se jogue num pote de sorvete!

Terminar é uma bosta. Um livro, uma viagem, o horário de almoço, um relacionamento. Principalmente aqueles com definições românticas, pegadas calientes e frases ao pé do ouvido. Levar uma bota não é legal, não. E a gente aqui do Sem Caô torce para que, quando o the end chegar, você esteja calçada com um Louboutin e crave aquele solado vermelho bem na bunda do cara. É mais fácil. Dizem por aí.

Mas se nossas energias gracinhas não chegaram até aí e foi você quem levou o fora, tá tudo bem também. Quase bem, porque sim, aquilo que sua mãe fala é verdade. Até uva passa. Você só precisa esperar. Ok, chorando. A gente deixa.

Porque, né? Qual garota em seu estado ~normal~ já levou um fora e não derramou uma lágriminha?

Dou-lhe uma, dou-lhe duas. Ninguém apareceu, vamos prosseguir.

Mesmo que o cara não seja seu tipo, seja um idiota, mesmo que você não aceitasse namorar com ele nem em sua pior depressão, levar um fora fere o ego. Dói por um segundo ou um mês, mas não deixa de doer. Abraça a tequila e assume que é melhor.

E aí, depois de encher a cara e entupir o ouvido das amigas com a mesma história, você ainda tem a opção de devorar um pote de sorvete assistindo nove semanas e meia de amor no NOW. Deus é justo e tratou de providenciar uma indústria cinematográfica top, especializada em te fazer rir/sofrer/esquecer da vida por uma hora e meia.

Mas o limite da depressão pós-termino acaba quando terminam as primeiras 24 horas, ok? Depois é levantar, fazer respiração cachorrinho, pensar que o cara não te merecia nem a porrete, ficar bem gata e sair pra dar olá pro mundo.

Só não vai fazer igual a Mariana e ir em lugares que tem a chance de você topar de cara com o infeliz. E caso aconteça acidentalmente, afinal, esse mundo só tem quatro cantos, jamais tente provocar ciúme. O cara sempre percebe e você no fim da noite tá lá sendo a louca desesperada que precisa de atenção.

Na verdade, como mulheres seguras e independentes (tipo), pensamos que esse tal de amor nem merece que a gente gaste tanta energia todos os dias assim não. Encontrar a pessoa certa, que te faz perder as estribeiras, é uma delícia? Sim. Ter alguém pra compartilhar os dias é uma delícia? Também. Mas se essa pessoa for embora, você pode dispensar seu amor e sua atenção pra sua família, pro seu cachorro, ou até pra você mesma. Não adianta sofrer pensando que é uma frigideira sem tampa.

Fechar ciclos, romper historias, é tão doloroso, porque, em parte, ficamos com medo de nunca encontrar nossa alma gêmea. Ser uma pessoa sozinha realmente deve ser péssimo. Mas se você focar sua atenção muito pra isso, você vai perder o melhor da festa: a surpresa quando o seu amor chegar, sem querer/por conta do destino.

E ai? E ai, coleguinha, que se você ficar pensando muito no fim, vai criar aquela famosa “casca protetora” que os livros de autoajuda falam. A gente sabe, é horrível ouvir alguém falando em relacionamento quando não temos um pra chamar de “meu”. Mas não vai ajudar em nada assistir a tevê ressabiada com o controle-remoto nas mãos, pronta pra trocar de canal a qualquer cena romântica. Terapia de choque! Vai assistir, sim, vai ficar feliz pelo casal da novela, vai imaginar um cara bem gostoso, gentil e rico chegando num cavalo branco pra te buscar e, mais uma vez, vai esperar os dias passarem, enquanto segue normalmente sua rotina.

Às vezes planejamos tanto o nosso final feliz que não nos ligamos nos sinais: a diferença entre quem nos quer ou não, quem nos faz bem ou não, entre os que vão ficar e entre os que vão nos deixar.

E, sabe? Talvez até esse final não inclua um cara incrível. Talvez esse final seja só seguir em frente. Com sorvete e filme romântico. E salão de beleza. Porque ficar solteira, sim. Com cabelo ressecado e unha sem fazer, jamais.

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