Ela era tão ela, e eu era tão dela.

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Lembro-me de quando nos conhecemos. Lembro-me do quanto ela não teve medo nenhum de falar comigo, de demonstrar interesse. Lembro-me do quanto admirei toda aquela coragem e audácia, e do quanto achei atraente ela saber exatamente quem era, e não medir esforços para conseguir o que ela queria.

Ainda lembro-me do gosto doce do nosso primeiro beijo. Do quanto ela era delicada e intensa, e do quanto ela revezava em ir direto ao ponto, e em me deixar curioso para saber o que mais ela poderia fazer, qual sensação ela poderia me proporcionar.

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Lembro como se fosse ontem, da primeira vez que a fiz rir, eu fui o motivo pelo qual estava sorrindo. Lembro o quanto meu estômago se contorcia, no quanto parecia que tinha milhares de borboletas se debatendo dentro de mim. Lembro a velocidade que meu coração acelerava, conforme a risada dela aumentava… Ela era tão linda.

Ela tinha um riso tão fácil. Sorriso este, que contagiava a todos, quando ela entrava em qualquer lugar. Ela nunca economizou em distribuir aquele riso tão verdadeiro, tão sincero. Cada vez que olhava para ela e via aqueles olhos encherem d’água, de tanto que ela ria, de tanto que ela gargalhava, eu me sentia o homem mais sortudo do mundo. Eu era o motivo daquele sorriso largo, daquela risada tão gostosa. Ela era tão ela, e eu era tão dela…

Lembro como se fosse ontem, da primeira vez que ela me abraçou. Sinto ainda o cheiro do seu perfume no meu cangote. Lembro-me do quanto meu rosto ficou avermelhado pelo fato dela ter encostado os lábios na minha orelha, e ter dito o quanto eu a fazia bem. Lembro-me da intensidade daquele abraço. Ainda sinto os braços dela emaranhados na minha cintura, e o quanto ela se encaixava perfeitamente no meu peito. Lembro-me da voz dela cantando no ritmo das batidas do meu coração. Lembro-me do quanto eu adorava quando ela cantava para mim, pois sabia que na plateia dela, dentre todos os admiradores, eu era o fã favorito.

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Lembro quando ela decidia me fazer alguma surpresa, principalmente na cozinha. Adorava quando ela pegava uma camisa qualquer, e ia cozinhar com as pernas de fora. Dançava e cantava enquanto mexia nos ingredientes, e nada nesse mundo, mexia mais comigo, do que ficar observando essa cena. Ela não tinha vergonha nenhuma do corpo que tinha, na verdade, se orgulhava de cada imperfeição dele, e me deixava cada diz mais admirado no quanto ela era tão segura de si. Ela era tão ela, e eu era tão dela…

Ainda me lembro da primeira vez que ela disse que me amava, eu me senti tão bobo, me senti tão pleno… Mas foi ali, que senti medo. A vida toda fiquei me perguntando quem seria a pessoa que pegaria meu coração para si, quem me faria ficar imerso em sentimentos tão profundos. De repente me vi mergulhando de cabeça num sentimento tão grande, por uma pessoa tão diferente. Diferente de tudo que eu já havia conhecido. Diferente de tudo aquilo que eu esperava. Ela pensava completamente diferente de tudo aquilo que eu acreditava.

Lembro-me quando tive que escolher entre me permitir sentir tudo aquilo que ela havia me proporcionado, ser tudo aquilo que ela havia me transformado, ou simplesmente permitir que o meu medo falasse mais alto, e que a minha incerteza ditasse as regras de como eu deveria agir.

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Ainda sinto o gosto do nosso último beijo. Lembro-me do quanto ele foi molhado, e salgado, por conta de suas lágrimas. Lembro-me do quanto doía ver os olhos dela cheios d’água e saber que eu era a causa de toda aquela dor. Lembro-me do quanto me senti vazio quando ela fechou a porta, e não olhou mais para trás. Lembro-me do quanto me arrependi em ter sido tão covarde em ter a deixado ir embora aquele dia.

Lembro-me do quanto fiquei feliz em vê-la noite passada sorrindo novamente, mas lembro-me do quanto doeu ter visto que o motivo do seu riso estava sentado ao seu lado, fazendo exatamente o que eu não soube fazer, fazê-la realmente feliz. Quando me viu, ainda sinto a falta de intensidade do abraço que ela me deu, do quão pouco os braços dela encostaram-se a mim, na quão fraca foi sua voz ao dizer para que eu me cuidasse. Lembro-me do quanto minha vontade era pedir que ela ficasse quando saiu, pedir que me perdoasse por todos meus erros, e dizer que dessa vez eu saberia dar o verdadeiro valor que ela merecia. Mas era tarde demais…

Ela continuava sendo tão ela, eu continuava sendo tão dela… mas ela, já não era mais minha.

Diandra Ferracini

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