Cicatrizando

Mulher de cabelo curto branca bonita e atrente com olhos bonitos e grandes

Depois de 2 meses, eu já me sentia melhor. A dor não era da mesma intensidade do que uns tempos atrás. Eu não sentia mais saudade de você, eu só sentia falta. Falta de ter um amigo escoteiro e da hora, mas não era uma vontade louca e incurável.

De vez em quando eu tinha aquelas crises, que eu não comia, me negava a falar com alguém, me prendia a grosseria e simplesmente xingava quem aparecesse na minha frente dizendo que eu devia superar de uma vez. Me afastei das pessoas por umas semanas, mas depois voltava como se nada tivesse acontecido. Era como se eu tivesse amnésia e simplesmente esquecia da sua existência.

E isso continuou por várias noites, me deixando em claro, pensando em todas as possibilidades que teriam acontecido caso eu não tivesse abrido meu coração pra você. Provavelmente estaríamos felizes e quietinhos no nosso canto. Eu estaria, pelo menos.

Então quando eu começava a pegar no sono, e esquecer que você me atormentava acordada, você aparecia nos sonhos, me puxando pro canto, pedindo pra conversar, com aquela cara de irritado. E então eu corria, fugia, me trancava no banheiro ou no quarto, respirava fundo e saía de lá com a cara e a coragem.

E então eu notei que eu fazia o mesmo na vida real; eu simplesmente corria de você quando tudo pesava demais nas minhas costas, eu fugia de você, me trancava dentro de mim mesma e me negava a voltar ao normal. Mas então eu precisava voltar ao meu estado anterior. Então eu simplesmente respirava fundo e continuava a te ignorar, como nos sonhos.

É claro que a dor não foi curada por completo, mas desde aquele dia, a ferida já está sendo cicatrizada. Com a ajuda de quê? Bom, com a minha força de vontade, camarada. Eu não quero mais você me perseguindo na cabeça – e no coração. Você foi algo pra guardar, bem no fundo do coração, e nunca mais tirar de lá; dar o assunto por encerrado pra sempre.

Sara Guilherme

Compartilhe:
Rolar para cima