Amor em promoção? Só tô dando uma olhadinha…

Por que o é de graça não me atrai? Eu não sei te explicar direito. As vezes me sinto culpada por não ficar eufórica com esmolas ou promoções sentimentais. Ouvi dizer que não é só comigo. Isso alivia um pouco a sensação de não estar fazendo o que é justo, mas por vezes acabo caindo na asneira de me esforçar e dar uma chance. Sempre fracasso. Simplesmente não vejo lógica se não tem frio na barriga. É previsível, é  de graça. É o básico, é o que todo mundo gostaria de ter. Mas não é, nem de longe, o que eu quero.

O que é de graça simplesmente não me cativa. As vezes no começo tenho um pouco de interesse, mas é tudo revelado na intensidade de uma avalanche. Acaba a curiosidade e, o pouco de entusiasmo que existia, transforma-se em profundo tédio e sono. O que é disponível é tão previsível, monótono e comum.

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Posso colocar a culpa na mutabilidade do signo. No alinhamento equivocado dos astros. Porém, sinceramente, eu prefiro colocar as cartas na mesa e poupar as pernas de quem está a caminho. A conquista me move. Ela colore os meus dias. A incerteza, o desafio. O caminho a ser percorrido sem ao menos conhecer o prêmio. A dúvida. O que precisa de esforço, o que precisa ser lapidado. Não o que está disponível, mas aquilo que surge de repente e desperta a certeza de que vale a pena. Vale a tentativa.

O que me encanta é a surpresa. O que é de graça, que vem sem esforço, que permanece invisível a olhos e sentimentos pela ausência de adrenalina, não me rouba o sono e muito menos o ar. Eu sou movida por saltos sem paraquedas em realidades que eu não conheço, mas que me cativam pelo imaginar.

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Deborah Anttuart

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